Adolfo Schlosser
Adolfo Schlosser (n. 1939, Leiterdorf, Áustria – f. 2004, Madrid, Espanha)
Adolfo Schlosser é um artista versátil que cultiva diferentes formas de expressão, mas que, apesar desta heterogeneidade técnica e formal, na sua obra sobressai um fio condutor composto pela sensibilidade e integridade singular reflexiva do artista. Por esta mesma razão, é difícil apresentá-lo dentro uma classificação de movimento artístico (land art, arte cinética, conceptual, minimalista). No entanto, Schlosser vai mais além, ao regular-se unicamente pela sua criatividade e leis emocionais. Apresenta-nos uma obra dedicada às formas.
As únicas orientações de trabalho com as quais se preocupa, são aquelas que lhe levantam os materiais, ou os elementos em que vê algum tipo de potencial. Durante os seus contínuos passeios em Bustarviejo (uma povoação nas proximidades de Madrid, Espanha) encontrava infinitas formas que lhe despertavam a curiosidade e transportava-as para o seu atelier. Uma vez neste espaço privado, interrogava-as e retirava de elas o que elas retinham dentro de si, ou seja, a manipulação existia dado que Schlosser sempre defendeu as que as formas já existiam por si só e não havia mais para descobrir.
Falamos, então, de um romântico que sabe como atingir uma sinergia emocional através do seu trabalho, ao respeitar e ao revelar com muita delicadeza e fragilidade a combinação da dureza e crueza que caracteriza a maioria dos materiais orgânicos utilizados. Por exemplo, já no final da sua vida, a sua destreza no desenho vê-se potenciada pelo uso de materiais como o vinho.
Adolfo Schlosser nasceu em 1939, em Leitersdorf (Áustria), e a partir da década de sessenta radicou-se em Espanha. Depois de ter passado pela Escola de Artes e Ofícios de Graz, estudou na Academia de Belas Arte de Viena. Entre 1961 e 1965 reside na Islândia, e desde 1967 em Espanha. A obra de Schlosser nutre e delicia-se na natureza e de ela retira os seus materiais: matrizes, pedras, narro, folhagem, palha, etc. Em 1991 o Ministério da Cultura de Espanha outorgou-lhe o Prémio Nacional de Artes Plásticas. Em 2006, o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madrid, celebrou uma retrospectiva do seu trabalho.
Colecção: Fundación RAC (Pontevedra, Galiza, Espanha)